Proibição da extração de Bitcoin com consciência ecológica pode aumentar as emissões globais de carbono

À medida que a corrida global para reduzir as emissões de carbono se intensifica, alguns governos estão a recorrer a medidas restritivas sobre a extração de Bitcoin, uma indústria conhecida pelo seu significativo consumo de energia. No entanto, os especialistas alertam para o facto de estas proibições ecologicamente conscientes poderem conduzir involuntariamente a um aumento das emissões globais de carbono, à medida que os mineiros se deslocam para regiões com regulamentações ambientais menos rigorosas e fontes de energia mais intensivas em carbono, informa a Cointelegraph.
Como a mineração de Bitcoin é uma atividade que consome muita energia, nos últimos anos houve um aumento nas medidas regulatórias destinadas a limitar a pegada de carbono desse processo. Países como a China, o Canadá e vários estados europeus tomaram medidas para restringir ou proibir completamente a mineração de Bitcoin, citando preocupações ambientais. Embora essas medidas estejam alinhadas com os compromissos de sustentabilidade, elas tiveram consequências globais imprevistas.
Os mineiros mudam-se para países com pouca regulamentação
Quando a China impôs uma proibição abrangente à mineração de criptomoedas em 2021, as operações da indústria não cessaram; em vez disso, eles mudaram para outros países. Muitos mineiros buscaram refúgio em jurisdições com menor supervisão regulatória e fontes de energia mais baratas, porém mais poluentes. Esta mudança levou a um aumento das actividades de extração de Bitcoin em locais como o Cazaquistão e alguns estados dos EUA, onde o carvão e o gás natural desempenham um papel significativo na rede energética.
Este paradoxo realça uma falha crítica nas proibições de mineração localizadas: embora possam reduzir as emissões de carbono no país que implementa essas medidas, muitas vezes empurram os mineiros para operar em regiões mais dependentes de combustíveis fósseis. Isto acaba por resultar num aumento das emissões globais de carbono, minando os objectivos ambientais iniciais.
Novas abordagens à regulamentação
Os analistas salientam que esta questão da "fuga de carbono" sublinha a necessidade de abordagens internacionais mais coordenadas à regulamentação das criptomoedas. Políticas que incentivem práticas de mineração sustentáveis em vez de proibições definitivas poderiam promover um equilíbrio entre os benefícios tecnológicos do blockchain e a gestão ambiental. Algumas propostas incluem a promoção de créditos de energia renovável para operações de mineração e a promoção da inovação em equipamentos de mineração com eficiência energética.
À medida que os debates sobre a regulamentação das criptomoedas evoluem, o impacto ambiental da extração mineira continuará a ser um ponto fulcral. As implicações das políticas actuais poderão levar a uma reavaliação das estratégias para mitigar a pegada de carbono da extração de Bitcoin sem simplesmente a deslocar. O futuro das emissões globais e das finanças digitais pode depender da capacidade dos decisores políticos de encontrar soluções que transcendam as fronteiras nacionais e incentivem a utilização de tecnologias ecológicas.
Anteriormente, foi noticiado que empresas norte-americanas como a Marathon Digital estão a expandir a produção mineira de BTC.