Investimentos falhados em criptomoedas levam funcionário chinês à prisão perpétua

Em 8 de novembro, um tribunal chinês condenou o funcionário público Wang Moumou a prisão perpétua por ter vendido informações confidenciais do Estado a agências de informação estrangeiras.
Wang estava envolvido no comércio de criptomoedas, mas perdas significativas deixaram-no endividado. Em busca de um rendimento extra, dirigiu-se a um fórum em linha e deu a entender que tinha acesso a informações confidenciais do Estado, o que acabou por chamar a atenção de agentes estrangeiros.
Os agentes propuseram-lhe um negócio lucrativo: pagamentos em troca de segredos de Estado. Inicialmente, Wang partilhou pequenos pormenores, mas acabou por passar a informações mais sensíveis, pelas quais recebeu pagamentos substanciais que acabaram por chamar a atenção das autoridades chinesas.
Durante a investigação, foram descobertos numerosos ficheiros confidenciais no computador de Wang, confirmando a sua culpa.
A legislação chinesa impõe penas severas para a espionagem, com sentenças que vão de 10 anos a prisão perpétua. Wang recebeu a pena máxima.
Posição da China em relação às criptomoedas
A China aplica uma regulamentação rigorosa às criptomoedas. Já em 2017, o país impôs restrições à exploração mineira e ao comércio de activos digitais. As autoridades chinesas proibiram as ofertas iniciais de moedas (ICO), encerraram as bolsas de criptomoedas locais e impuseram limitações rigorosas aos bancos e instituições financeiras, impedindo-os de facilitar as transacções relacionadas com as criptomoedas.
Apesar destas restrições, as criptomoedas continuam a ser populares na China. Muitos cidadãos usam VPNs para aceder a bolsas estrangeiras e continuam a comprar criptomoedas através de plataformas peer-to-peer e bolsas descentralizadas.
Os chineses recorrem às criptomoedas como forma de preservar o capital e de se protegerem contra a instabilidade económica no país.
Como lembrete, uma declaração recente de um representante do banco central da China abordou Satoshi Nakamoto e Bitcoin".