O maior banco do Brasil apoia a liberdade do cliente para autocustódia de Bitcoin

Em uma mudança notável no setor financeiro latino-americano, o Itaú Unibanco, o maior banco do Brasil, expressou apoio público à autocustódia de clientes de Bitcoin e outras criptomoedas.
O endosso foi feito por José Augusto de Azevedo Antunes, chefe de ativos digitais do Itaú, durante um evento de finanças digitais realizado na terça-feira, 1º de abril, de acordo com a Livecoins.
"Somos a favor de deixar o cliente escolher a melhor forma de armazenar seus ativos", disse Azevedo. Ele enfatizou que, embora o banco apoie a autonomia do usuário, ele permanece firmemente comprometido com a conformidade regulatória, particularmente em torno dos requisitos de combate à lavagem de dinheiro (AML).
Equilíbrio entre inovação e regulamentação
Desde o lançamento de sua divisão de criptografia, Itaú Digital Assets, em 2023, o banco tem crescido rapidamente seu portfólio digital. Atualmente, possui aproximadamente R$ 1,7 bilhão (US $ 340 milhões) em ativos como Bitcoin e Ethereum sob custódia. Azevedo observou que, embora muitos clientes prefiram a custódia gerida pelo banco, um número crescente - especialmente os utilizadores mais jovens - quer ter a liberdade de gerir as suas próprias carteiras.
"Os jovens são os protagonistas", disse ele, apontando para uma mudança geracional nos hábitos e expectativas financeiras.
O executivo também abordou a emergente moeda digital do Banco Central do Brasil (CBDC), conhecida como Drex, e o cenário regulatório mundial. Ele destacou a influência da política dos EUA na formação da infraestrutura de ativos digitais em todo o mundo, sugerindo que os próximos anúncios de Washington podem repercutir nos mercados internacionais.
O Itaú ingressou na Associação Brasileira de Criptomoedas em 2023, alinhando-se com líderes do setor como Mastercard, Chainalysis e Deloitte. Embora Azevedo tenha reconhecido os desafios regulatórios que estão por vir, ele reiterou a intenção do banco de apoiar a inovação sem comprometer a conformidade.
Enquanto isso, o Brasil solidificou seu status como líder global em criptografia, com 26 milhões de cidadãos - 16% da população - possuindo ativos digitais. Isso coloca o país em sexto lugar no mundo em adoção de criptografia, destacando seu crescente impacto no setor.