A China pretende revolucionar os sistemas de crédito com cadeias de blocos e contratos inteligentes até 2029

A China está a planear tirar partido da tecnologia de cadeia de blocos para melhorar a segurança e a gestão dos dados de crédito.
Em 2 de abril, durante uma reunião do Conselho de Estado, Li Chunlin, vice-diretor da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (NDRC), anunciou a implementação da computação de privacidade na troca de informações de crédito para mitigar o risco de vazamento de dados.
"O nosso objetivo é melhorar o ambiente financeiro das pequenas empresas para promover o crescimento e a inovação", afirmou Li Chunlin.
A iniciativa, descrita em pormenor nas "Orientações para a construção da infraestrutura nacional de dados", deverá desenrolar-se em duas fases: a primeira fase, centrada na conceção da arquitetura do sistema, deverá estar concluída até 2026, estando a implantação total prevista para 2029.
Uma componente fundamental desta infraestrutura é a integração de contratos inteligentes para automatizar o processamento de dados e reduzir a intervenção humana desnecessária. Este sistema assegurará um elevado nível de segurança e fiabilidade, garantindo que os dados registados não podem ser alterados.
O governo chinês está a dar prioridade à segurança da informação financeira, especialmente considerando que os empréstimos pendentes a pequenas empresas atingiram 31,4 biliões de yuans até ao final de 2024, o que indica um crescimento significativo no processamento eficaz de dados de crédito. Espera-se que a integração da cadeia de blocos nos sistemas financeiros melhore ainda mais a recolha de dados, alinhando a China com os líderes mundiais neste domínio e posicionando-a potencialmente como pioneira na inovação da gestão do crédito.
Revolução dos sistemas de crédito e mais além
No entanto, as empresas que operam no sector das cadeias de blocos estão sujeitas a medidas de segurança rigorosas. A Administração do Ciberespaço da China (CAC) exige que todas as empresas de cadeias de blocos registem os seus utilizadores e forneçam às autoridades dados pessoais e registos de actividades, mediante pedido. Os incidentes que possam prejudicar a segurança nacional ou os interesses públicos devem ser comunicados no prazo de 24 horas após a sua deteção.
A declaração de Li Chunlin surge também no contexto de uma recente violação de dados envolvendo a empresa chinesa de cibersegurança TopSec, que afectou clientes como a Dongwu Fund Management Co. Ltd e o Linhai Rural Commercial Bank.
Este incidente põe em evidência o vasto âmbito do modelo de cibersegurança da China, que abrange não só os dados pessoais e financeiros, mas também a regulamentação de temas sensíveis nas redes sociais, incluindo investigações sobre corrupção oficial e críticas às autoridades.
Tal como escrevemos, a China está a intensificar os esforços para atrair investimento estrangeiro, tendo o vice-primeiro-ministro He Lifeng reunido no domingo com executivos de topo da Apple, Pfizer, Mastercard, Cargill e outras empresas multinacionais.