05.04.2025
Artem Shendetskii
Autor e editor de notícias
05.04.2025

Superior Tribunal de Justiça do Brasil autoriza apreensão de criptoativos para pagamento de dívidas

Superior Tribunal de Justiça do Brasil autoriza apreensão de criptoativos para pagamento de dívidas O Supremo Tribunal do Brasil permite o congelamento de criptomoedas para recuperar dívidas não pagas.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) do Brasil decidiu que os juízes podem agora ordenar o congelamento de ativos criptográficos para recuperar dívidas não pagas, marcando uma mudança fundamental na forma como as moedas digitais são tratadas no sistema jurídico do país.

A decisão unânime da Terceira Turma do STJ concede aos tribunais a autoridade para notificar as trocas de criptografia e apreender as participações digitais de um devedor - semelhante à forma como as contas bancárias tradicionais são congeladas para fazer cumprir as obrigações legais, relata Cryptopolitan.

"Embora não tenham curso legal, os ativos criptográficos podem ser usados como forma de pagamento e como reserva de valor", afirmou o tribunal, afirmando seu papel no cenário financeiro em evolução do Brasil. A decisão ocorre apesar da ausência de regulamentação abrangente de criptomoedas no Brasil. No entanto, a decisão sugere que os tribunais estão cada vez mais reconhecendo a utilidade e o significado econômico dos ativos digitais.

O papel crescente da criptografia no Brasil em meio a tensões regulatórias

Enquanto o judiciário se adapta, a postura regulatória mais ampla do Brasil sobre criptografia permanece em fluxo. O país ocupa o segundo lugar na América Latina em adoção de criptografia, e bolsas globais como a Binance garantiram licenças de operação locais. No entanto, propostas recentes - incluindo uma potencial proibição de transações de stablecoin por meio de carteiras autocustodiais - geraram polêmica. Os analistas alertam que tais políticas podem ter impacto apenas nas plataformas centralizadas, deixando a atividade peer-to-peer e descentralizada praticamente inalterada.

Ao mesmo tempo, o maior banco do Brasil, o Itaú Unibanco, está a explorar uma stablecoin nativa, espelhando ambições semelhantes entre as principais instituições financeiras globais. Nos Estados Unidos, o Bank of America sinalizou que está pronto para lançar um stablecoin apoiado em dólares se os legisladores fornecerem clareza regulatória. Esse afastamento das moedas digitais do banco central (CBDCs), endossado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, reforçou o apoio às stablecoins do setor privado.

Enquanto o Brasil continua a refinar suas políticas de criptografia, a decisão do STJ sinaliza a disposição do judiciário de integrar ativos digitais em ferramentas de aplicação financeira estabelecidas. Com a legislação ainda pendente, esse precedente legal ressalta a crescente aceitação - e escrutínio - da criptografia como um instrumento financeiro dentro da estrutura institucional do país.

Recentemente, escrevemos queo Brasil solidificou sua posição como uma das nações líderes na adoção de criptomoedas, de acordo com uma nova pesquisa divulgada pelo Datafolha em parceria com a Paradigma Education.

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