Deepfakes de IA impulsionam aumento de falsos corretores de criptomoedas no Brasil

No Brasil, está surgindo uma nova onda de fraudes financeiras, que mistura velhos truques com tecnologia de ponta. De acordo com Jorge Calazans, advogado especializado em crimes financeiros, os golpistas estão agora a utilizar a inteligência artificial para orquestrar esquemas sofisticados envolvendo falsos corretores de criptomoedas.
A fraude começa com vídeos hiper-realistas gerados por IA com deepfakes de figuras financeiras brasileiras proeminentes, como Luiz Barsi, Louise Barsi e o ex-ministro da Economia Paulo Guedes, de acordo com Livecoins.
Esses vídeos, amplamente divulgados nas redes sociais, convidam os espectadores a participar de grupos de investimento exclusivos via WhatsApp. Uma vez lá dentro, as vítimas são abordadas por "mentores" fictícios - personas geradas por IA que usam chatbots para simular treinamento financeiro em tempo real.
A IA alimenta um novo tipo de manipulação financeira
Esses falsos mentores prometem altos retornos sobre investimentos em supostas plataformas internacionais como EBDOX, IXXEN, TDASX e CRXXE. Na realidade, estas plataformas são fachadas para operações fraudulentas, construídas para imitar a aparência de corretoras legítimas. Os investidores são instados a depositar fundos, acreditando muitas vezes que estão a participar em mercados globais.
Calazans adverte que estas fraudes são mais insidiosas do que os esquemas tradicionais de pirâmide porque exploram a IA para escalar as operações de forma rápida e convincente. "Todo o ciclo de fraude é automatizado", diz ele. "Desde a atração à conversão, é alimentado por tecnologia que é difícil de distinguir da realidade."
À medida que as investigações se desenrolam, Calazans apela a uma ação urgente: auditorias técnicas do conteúdo das redes sociais, acompanhamento das ferramentas de IA e uma regulamentação mais rigorosa das plataformas financeiras digitais. Sem uma fiscalização coordenada e supervisão tecnológica, ele alerta, o Brasil corre o risco de se tornar um campo de testes para o futuro da fraude digital.
Enquanto isso, o Brasil solidificou seu status de líder global em criptografia, com 26 milhões de cidadãos - 16% da população - possuindo ativos digitais. Isso coloca o país em sexto lugar no mundo em adoção de criptografia, destacando seu crescente impacto no setor.