Brave vs. Opera: Como deve ser um navegador Web3?

No mundo dos navegadores voltados para criptografia, surgiram dois líderes claros: Brave e Opera. Ambos estão competindo para dominar esse nicho, mas a questão permanece: até que ponto eles se encaixam no cenário da Web3?
Recentemente, o Brave ganhou as manchetes ao lançar uma grande atualização, adicionando suporte nativo ao Cardano em suas carteiras de criptografia integradas e autônomas. Isso permite que os usuários gerenciem seus tokens diretamente e participem da governança do ecossistema.
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De acordo com o CEO da Brave, Brendan Eich, essa integração visa tornar a interação com serviços descentralizados ainda mais fácil e segura, sem limitar o controle do usuário. Ele enfatizou que a atualização fortalece o acesso a várias cadeias, mantendo a privacidade e a escolha.
A Brave já suporta Ethereum e Solana, e a adição de Cardano expande ainda mais seus recursos de governança de rede. Os planos futuros incluem o lançamento de ferramentas de computação com preservação da privacidade e trocas entre cadeias.
As origens do navegador Brave
O Brave foi lançado em 2016 como uma resposta à crescente frustração dos usuários com anúncios intrusivos e rastreamento on-line. Seu fundador, Brendan Eich, mais conhecido por criar o JavaScript e cofundar a Mozilla, decidiu criar um navegador que bloqueia anúncios e rastreadores por padrão, oferecendo uma experiência de navegação mais segura e rápida.
Mas o Brave não parou por aí. Ele introduziu uma abordagem totalmente nova para a publicidade e a monetização on-line por meio do Basic Attention Token (BAT). Os usuários podem escolher se desejam exibir anúncios que respeitem a privacidade e ganhar tokens BAT como recompensa.
Além de seus recursos de privacidade, o Brave integrou uma carteira de criptografia nativa e se tornou um dos primeiros navegadores a oferecer suporte a Web3 e dApps. Essa medida foi bem recebida pelos usuários.
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Hoje, o Brave conta com milhões de usuários em todo o mundo, parcerias com os principais projetos de blockchain e um ecossistema de criptografia bem-sucedido. O navegador ganhou vários prêmios de segurança e inovação e continua a evoluir como uma plataforma de várias cadeias, permitindo que os usuários gerenciem ativos de criptografia e participem de redes descentralizadas diretamente do navegador.
Surge um concorrente sério
Durante anos, o Brave dominou o espaço dos navegadores de criptografia, enquanto muitos projetos concorrentes não conseguiram ganhar força ou foram encerrados prematuramente. Isso mudou em janeiro de 2022, quando o Opera lançou a versão beta de seu Crypto Browser.
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O Opera estava de olho no espaço Web3 desde 2018, começando com a adição de uma carteira de criptografia ao seu aplicativo móvel Android. Após vários anos de desenvolvimento, a empresa lançou um navegador dedicado, projetado especificamente para interações descentralizadas na Web.
Diferentemente dos navegadores tradicionais, o navegador de criptografia do Opera oferecia acesso integrado a notícias sobre criptografia, lançamento de tokens, calendários de eventos, conteúdo educacional e análises de mercado. Ele também apresentava uma carteira para gerenciar ativos digitais populares diretamente no navegador.
No entanto, em fevereiro de 2024, a Opera anunciou o fim do suporte ao seu navegador Crypto independente, incentivando os usuários a mudar para o navegador Opera principal, que agora inclui todos os mesmos recursos do Web3. Isso inclui o Opera Wallet, que oferece suporte a Bitcoin, Ethereum, Solana e outras redes de blockchain.
Em vez de abandonar o Web3, a Opera optou por integrar funcionalidades de criptografia diretamente em seus produtos principais.
Mudança para a integração de IA
Nos últimos anos, aproveitando a onda de popularidade da IA com ferramentas como o ChatGPT, os navegadores de criptomoedas também começaram a integrar a inteligência artificial.
O Opera apresentou o Aria, um assistente de IA integrado com base nos modelos OpenAI e Google. O Aria ajuda os usuários a pesquisar informações, gerar conteúdo, traduzir texto e criar artigos, tudo isso enquanto se adapta ao estilo de escrita do usuário.
A Brave também lançou o Leo, seu próprio assistente de IA. Leo ajuda a resumir o conteúdo da Web, redigir artigos e até mesmo escrever códigos. O que diferencia o Leo é sua forte abordagem de privacidade em primeiro lugar - todas as interações do usuário são processadas sem armazenar dados, e os usuários podem alternar entre vários modelos de IA para obter flexibilidade.
O Opera se concentra na expansão da funcionalidade e na integração com as principais plataformas de IA, posicionando o Aria como uma ferramenta de produtividade com todos os recursos. O Brave, por outro lado, prioriza a privacidade máxima e a proteção dos dados do usuário.
Navegadores do mundo Web3
A Brave e a Opera demonstraram que os navegadores não são mais apenas ferramentas para acessar sites. Eles se tornaram portas de entrada para o ecossistema da Web3, permitindo que os usuários gerenciem ativos digitais, interajam com aplicativos descentralizados e participem da governança do blockchain diretamente do navegador.
Os navegadores de criptografia surgiram para atender às necessidades dos usuários que buscam ferramentas para interação com blockchain, gerenciamento de tokens, serviços descentralizados e pagamentos seguros. Tanto o Brave quanto o Opera mostram como a Web2 e a Web3 podem ser unificadas em uma única interface, completa com carteiras integradas, suporte a várias cadeias e ferramentas de economia de criptografia.
Atualmente, esses navegadores vão além da funcionalidade básica de criptografia, integrando inteligência artificial para ajudar os usuários a pesquisar, criar e trabalhar com mais eficiência. No final, os navegadores de criptografia estão evoluindo para plataformas universais para o usuário da Web3, oferecendo acesso conveniente e seguro a tecnologias descentralizadas e à economia digital emergente.