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Transferência de 80.000 BTC: O despertar da lenda ou o maior roubo de criptografia da história?

Transferência de 80.000 BTC: O despertar da lenda ou o maior roubo de criptografia da história? Um retorno triunfante - ou o maior roubo de criptomoedas de todos os tempos?

No início de julho, a comunidade de criptomoedas prendeu a respiração: uma a uma, as carteiras de Bitcoin adormecidas subitamente ganharam vida - após mais de 14 anos de silêncio. Juntas, elas transferiram mais de 80.000 BTC, no valor aproximado de US$ 8,6 bilhões a preços atuais. Essas carteiras receberam suas moedas pela primeira vez em 2011, quando o Bitcoin estava sendo negociado abaixo de US$ 1.

Uma grande transação de Bitcoin em 2025

No início, o mercado se alegrou: um lendário HODLer estava finalmente fazendo um saque. Talvez um dos primeiros crentes do Bitcoin - alguém que entrou antes do colapso do Mt. Gox - tenha decidido passar suas moedas como herança ou transferi-las para um armazenamento mais seguro. Afinal de contas, não há nada inerentemente suspeito na transação em si.

Mas, à medida que mais detalhes surgiam, as dúvidas começaram a crescer: esse despertar dramático de US$ 8 bilhões em BTC poderia ser o resultado de um hack ou de chaves privadas comprometidas?

Testando a chave no BCH

Primeiro, as moedas foram transferidas em lotes de 10.000 BTC - sem nenhuma mensagem de acompanhamento ou sinal público do proprietário da carteira. Em segundo lugar, essas transferências ocorreram imediatamente após uma transação de "teste" ter sido feita na rede Bitcoin Cash (BCH) - uma criptomoeda separada que pode ser acessada usando as mesmas chaves privadas. Esse detalhe específico foi o que disparou o alarme entre muitos analistas.

Connor Grogan, chefe de produto da Coinbase, apontou que essa transação de teste se assemelhava a um teste com chaves comprometidas:

"Há uma pequena possibilidade de que isso tenha sido um hack. Se for verdade, esse pode ser o maior roubo de criptografia da história da humanidade", escreveu ele.

Grogan explicou que se um invasor primeiro verificasse o acesso por meio da rede BCH e depois movesse o estoque principal de BTC, seria uma maneira lógica de evitar a detecção - já que a atividade do BCH não é monitorada de perto por empresas de análise na cadeia como o próprio Bitcoin.

Outra empresa de análise, a Arkham, confirmou que as transferências de BTC se originaram de carteiras que permaneceram intocadas desde a primavera de 2011. As moedas estão agora em oito novas carteiras. Até o momento, elas não foram transferidas novamente ou enviadas para bolsas de valores, mas isso não tranquilizou os analistas.

Uma teoria alternativa é que o verdadeiro proprietário da carteira entrou em pânico depois de enviar o BCH e percebeu que suas chaves poderiam ter sido expostas. Em resposta, eles correram para transferir seu BTC para novas carteiras. Entretanto, como Grogan observou, é intrigante o fato de as outras carteiras de BCH não terem sido tocadas. Se a preocupação fosse realmente com a segurança, seria de se esperar que o proprietário varresse todos os ativos - não apenas o Bitcoin. É por isso que a hipótese de invasão continua sendo muito válida.

A lenda retorna... ou talvez não?

Se a teoria do hack se provar verdadeira, esse seria o maior roubo de criptografia da história. O valor de mais de US$ 3 bilhões em Bitcoin - intocado desde os dias em que Satoshi ainda respondia a e-mails - não é apenas uma fortuna. É uma relíquia, uma parte da história das criptomoedas e, potencialmente, uma prova de que até mesmo os titãs mais antigos da blockchain não estão imunes a comprometimentos.

Não há confirmação oficial de uma violação. Mas o contexto, o comportamento suspeito e o silêncio do suposto proprietário (ou sua ausência?) deixam apenas uma coisa: especulação.

O que é irônico? Tudo isso aconteceu justamente quando o Bitcoin estava tentando manter o nível de US$ 109.000. O despertar dos fundos da era das baleias só aumentou a tensão do mercado: se era o verdadeiro proprietário, por que o silêncio? Se fosse um invasor, o que mais ele poderia controlar? E, em ambos os casos, o que isso diz sobre a confiança no Bitcoin como uma reserva de valor de longo prazo?

Não temos uma resposta clara. Mas nos lembramos de uma coisa: mesmo 14 anos depois, cada chave privada é mais do que um caminho para a riqueza - é uma responsabilidade que nunca deve ser perdida.

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