Investidores de Wall Street abandonam os ativos dos EUA em favor dos europeus
Os fundos de pensão europeus reduziram a exposição aos EUA, citando os riscos tarifários e a queda do dólar.
As principais instituições financeiras dos EUA estão reduzindo suas participações em dólares e transferindo seus investimentos para a Europa, à medida que o caos político e as disputas comerciais sob a administração Trump corroem a confiança no Federal Reserve e nos mercados dos EUA.
O êxodo é impulsionado pela queda dos preços das ações dos EUA e por um declínio de 7% no dólar desde janeiro, informa o Cryptopolitan.
Os analistas alertam que o recuo pode marcar o início de uma retirada de longo prazo dos ativos dos EUA, com os títulos e ações europeus surgindo como alternativas mais seguras.
Os fundos de pensão lideram o êxodo, e os ETFs registram saídas recordes
Os fundos de pensão e gestores de ativos europeus estão entre os mais agressivos no reequilíbrio de portfólios, afastando-se das ações e títulos dos EUA. A Veritas Pension Insurance Company, da Finlândia, cortou a exposição aos EUA no primeiro trimestre, citando incertezas tarifárias, enquanto a UniSuper, da Austrália, questionou sua grande alocação de ativos nos EUA.
Na Dinamarca, os fundos de pensão fizeram suas maiores compras de ações europeias desde 2018. Enquanto isso, em abril, 2,5 bilhões de euros foram retirados de ETFs europeus que detinham ativos dos EUA, e os dados de maio indicam que os fluxos de saída continuaram.
A fraqueza do dólar alimenta a fuga de capitais, a demanda por hedge aumenta
A queda do dólar está exacerbando a liquidação, já que os investidores institucionais se protegem contra os riscos cambiais. O Bank of America estima que os investidores europeus precisariam de US$ 2,5 trilhões para se protegerem totalmente contra a exposição cambial, o que pode fazer com que o dólar caia ainda mais.
O Sistema de Aposentadoria dos Professores do Estado da Califórnia também está reconsiderando seu portfólio com alta concentração nos EUA, alertando que as políticas tarifárias do governo Trump podem levar os parceiros comerciais estrangeiros a se desfazerem dos ativos dos EUA, pressionando ainda mais o dólar.
Recentemente, escrevemos que a União Europeia está tomando medidas formais para contestar a imposição de tarifas pelos Estados Unidos sobre carros e peças automotivas da UE, anunciando na quinta-feira que entrará com um processo na Organização Mundial do Comércio.
