10.01.2025
Oleg Tkachenko
Autor e especialista da Traders Union
10.01.2025

Vendas da Mercedes-Benz diminuem 3% devido à fraca procura na China e na Europa

Vendas da Mercedes-Benz diminuem 3% devido à fraca procura na China e na Europa A Mercedes debate-se com a fraca procura de automóveis de luxo na China e de veículos eléctricos na Europa

O Mercedes-Benz Group AG registou um declínio de 3% nas vendas globais, para 1,98 milhões de veículos, principalmente devido à fraca procura na China e à diminuição das vendas de veículos eléctricos na Europa, reflectindo os desafios contínuos no meio da mudança das preferências dos consumidores e do aumento da concorrência.

Principais conclusões

- As vendas globais da Mercedes-Benz caíram 3%, principalmente devido a uma procura mais fraca em mercados-chave como a China.

- As vendas na China caíram 7%, com as marcas locais a ganharem quota de mercado em relação às importações de luxo.

- As vendas de veículos eléctricos caíram quase 25% devido à redução dos subsídios na Europa e ao aumento da concorrência.

Queda de 3% nas vendas globais

As vendas globais da Mercedes-Benz registaram uma queda de 3% no ano passado, o que representa um desafio significativo para a empresa. O construtor de automóveis de luxo, conhecido pelos seus veículos de gama alta, enfrentou uma diminuição da procura, em especial dos modelos de gama alta, o que contribuiu para um abrandamento global das vendas, informa a Bloomberg.

Este declínio foi especialmente notório nos principais mercados, como a China e a Europa, onde a mudança das preferências dos consumidores e os factores económicos tiveram um impacto negativo no desempenho da marca.

Dinâmica de preços das acções Mercedes Benz Group AG (MBGn) (Set 2024 - Jan 2025) Fonte: Investing.com

A queda de 3% traduz-se em aproximadamente 1,98 milhões de veículos vendidos, abaixo dos 2,04 milhões do ano anterior. Apesar do forte desempenho no último trimestre do ano, onde as vendas melhoraram ligeiramente, o resultado global ficou aquém das expectativas.

Dificuldades na China

O fator mais significativo por detrás da queda das vendas foi a redução de 7% nas vendas da Mercedes-Benz na China, o seu maior mercado. Os modelos topo de gama, como o Classe S e o Maybach, registaram um declínio acentuado na procura, uma vez que os consumidores locais preferiram cada vez mais as marcas nacionais, como a BYD, aos automóveis de luxo estrangeiros.

Os fabricantes de automóveis chineses expandiram-se rapidamente no segmento de luxo, oferecendo alternativas competitivas às marcas europeias tradicionais. Esta mudança fez com que a Mercedes-Benz enfrentasse desafios consideráveis para manter a sua quota de mercado.

O abrandamento económico da China e a crescente popularidade dos veículos eléctricos locais reduziram ainda mais a procura das ofertas de luxo tradicionais da Mercedes. Com uma queda de 7% nas vendas na China, a empresa foi duramente afetada por esta mudança de mercado, destacando a necessidade de se adaptar à evolução das preferências dos consumidores na região.

Diminuição das vendas de veículos eléctricos

Para além das dificuldades na China, a Mercedes-Benz também enfrentou um declínio significativo nas vendas de veículos eléctricos (VE) na Europa, onde as vendas de modelos totalmente eléctricos caíram quase 25%.

Esta queda foi em grande parte atribuída à redução dos subsídios governamentais em vários países europeus, que anteriormente tinham apoiado a adoção de VEs. Como muitos governos europeus reduziram os incentivos financeiros aos compradores de automóveis eléctricos, a procura de VE por parte dos consumidores diminuiu.

Além disso, a crescente concorrência dos fabricantes chineses, que conquistaram uma quota crescente do mercado de veículos eléctricos, prejudicou ainda mais a capacidade da Mercedes-Benz para manter a sua posição no mercado europeu.

Empresas como a BYD e a NIO ganharam força com os seus veículos eléctricos acessíveis e bem equipados, aumentando a pressão sobre os fabricantes de automóveis estabelecidos, como a Mercedes-Benz, para inovarem e se adaptarem.

Além disso, as acções da Honda Motor Co. Ltd. subiram 13,55% nas negociações de Tóquio em 24 de dezembro, o seu maior ganho num dia desde 2008, na sequência do anúncio do fabricante de automóveis de um plano de recompra de acções em massa e da confirmação de negociações de fusão com a Nissan Motor Co. Ltd.

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